quarta-feira, 12 de junho de 2013

Deputados cobram CPI´s na Assembléia Legislativa...




Fiquem com o dramático pedido do deputado Raimundo Cutrim, para que os deputados governistas assinam a CPI da agiotagem: 


Agora pergunto, posso admitir continuar na vida pública diante de acusações irresponsáveis, levianas e criminosas de que eu sou agiota, assassino e grileiro?
 Não tenho condições de continuar na vida política se essas acusações não forem esclarecidas, esse é o meu cavalo de batalha, devo esclarecer o porquê de tudo isso?
 Quando eu tive de me desincompatibilizar para disputar o segundo mandato de deputado estadual, a Governadora Roseana Sarney deu a entender que eu poderia sugerir um nome, que preenchesse os pré-requisitos de confiança, de competência e de profissionalismo para o cargo. Essa conversa se espalhou pelos nos corredores da secretária, foi quando eu fui procurado pelo meu assessor próximo Aluisio Mendes, e que eu sugerir o seu nome para me suceder.

Nessa época, eu quero registrar que eu tinha com ele um bom relacionamento e até amizade, mesmo porque fazemos parte da mesma instituição que é a Polícia Federal. Querendo contribuir com a isenção, fui dizer a ele que diante da ligação dele a um fato controvertido, onde ele não soube guardar sigilo de uma investigação que se processava na Polícia Federal com a autorização do Judiciário, esse fato poderia trazer repercussão negativa para o Governo do Estado, para a própria Secretaria de Segurança e para as Instituições.

E fui à governadora e indiquei o nome do delegado Nordman Ribeiro, toda a Secretaria sabe quem é, bem como o Estado todo conhece o seu trabalho. Foi assim que começou a campanha sórdida contra a minha pessoa, porque eu fazia críticas e continuo fazendo aqui da tribuna da Assembleia contra a violência sem freios desencadeada no Estado e que continua galopando em passos largos até o presente momento em nosso Estado.
Não é por ele ser agente de polícia que ele não tenha a competência de exercer o cargo, não. Não foi, mas foi pelo desespero, pelo amadorismo que ele enfrentou esse problema, o problema da violência, que é o mal maior dos nossos tempos. Não quero fazer comparação, mas tenho aqui um documento onde, na minha gestão, eu soube proporcionar segurança maior ao povo do nosso estado. Reconheço que a violência de ontem não é a de hoje, mas para todos os problemas, mesmo os mais difíceis, tem solução. Onde está a capacidade do ser humano?

 Diante desse relato, aproveitaram o assassino de um jornalista blogueiro, que eu tinha relacionamento profissional, e aproveitando o depoimento do executor que eu não conhecia, nunca tinha ouvido falar, mas que foi induzido a citar o meu nome. Criaram esse vendaval todinho para me comprometer. Aluísio não olhou para a minha história, não olhou para o meu passado, para a minha dedicação em defesa da sociedade. Olhou para o sentimento de vingança sórdida, irresponsável, que o deixou na condição de incapaz para permanecer em cargo de tamanha envergadura e no qual ele não tinha competência para resolver problemas complexos de violência. Aí não cabe questionar as investigações, aí não cabe investigar as autorias e coautorias desse crime hediondo.

Esse crime atingiu os mais nobres dos poderes do nosso tempo, o poder da imprensa livre. Trago aqui à tribuna o resumo de um ano de publicações da imprensa do nosso estado, com repercussão nacional da minha falsa participação nesse crime. Procurei o Ministério Público buscando a sua contribuição na elucidação das acusações que passaram contra mim. Vim a esta Casa e busquei também contribuição no Poder Legislativo. Não queria com isso proteção, não! Queria elucidação.

Mas antes de querer, fiz um pedido à criação da CPI da Agiotagem, onde um acusado pede para ser investigado. Não apresentei ainda à Mesa um requerimento porque ainda não tenho as assinaturas suficientes. Requeri a minha convocação para o Conselho de Ética para que também fosse investigado individualmente das acusações e esperava encontrar o apoio dos meus companheiros deputados, mas como sei que esta Casa é composta de representantes do povo e como nunca houve na história uma comunhão de manifestação, compreendo porque nem todos assinaram, mas não desisto de continuar tentando. O que ocasionou todas essas acusações em relação à agiotagem?

Colocação infundada baseada exclusivamente no desejo de vingança do secretário de Segurança Pública, seu Aluísio Mendes e daqueles que se dobraram profissionalmente ao seu intento. Porque nenhum cidadão se manifestou de que eu teria emprestado dinheiro a algum deles. Grilagem, senhores deputados, os documentos que adquiri, na compra do terreno, que hoje é de minha propriedade, foram adquiridos em um cartório, como posso grilar? Mesmo assim, os meus advogados já estão apresentando ao Tribunal de Justiça a defesa necessária. Quero questionar agora o crime maior. Adquiri com pressão psicológica, tortura, com abuso de poder do cargo, depoimentos que não foram confirmados na justiça contra a minha pessoa. Diante disso pergunto a Aluísio Mendes: qual a diferença de um criminoso, de um facínora, que tira a vida de um cidadão por dinheiro e outro sentado confortavelmente em um gabinete tenta tirar a honra e a dignidade de um cidadão que se presa? Não há diferença.

Todos os dois são criminosos. Esse grave fato deixa, portanto, esse cidadão vulnerável na condição de continuar como Secretário de Segurança Pública do nosso Estado. E em que dizer das informações que foram vazadas do seu gabinete onde a opinião pública e a imprensa tomaram conhecimento do envolvimento de mais de 40 políticos do nosso Estado em crime de agiotagem?
 Aluisio Mendes, sobre o envolvimento desses políticos que já foram citados por você, foi instalada algum inquérito? A justiça, pelo que tomou conhecimento não recebeu nenhum encaminhamento de qualquer investigação a esse respeito. Mas do jeito que tentaste atingir a minha dignidade e a minha honra, atingiste também as cidades onde os políticos foram relacionados em crime de agiotagem, atingistes a honra deles, das suas famílias e seus amigos. Como vais reparar esses danos?

Quanta irresponsabilidade! Não pode negar que o capitão Fábio Capita, que eu não sei quem é, disse em seu depoimento na justiça, que tu foste propor a ele a minha inclusão nesse assassinato. Este depoimento do Jonathan, fizeste tudo o que foi possível, até colocar palavras na sua boca para me incriminar. Isso é fato inquestionável. Isso é crime. Agora, eu tenho que perguntar para você mesmo. Você insiste em continuar como Secretário de Segurança Pública do nosso Estado? Já não basta? Você já não foi longe demais? Já chega. Agora, eu me dirijo à Assembleia; se está comprovada a parcialidade, o ódio, e como ele faz as suas investigações e conclui os seus inquéritos, mesmo não sendo Delegado de Polícia, qual credibilidade ele tem nas investigações que esta fazendo sobre os agiotas no Estado do Maranhão, que ele diz fazer?

Qual a credibilidade? Nenhuma. Senhores deputados, já chega! Vamos assinar esse requerimento da CPI da agiotagem, senão o povo vai compreender lá fora, que tanto a Secretaria Segurança Pública quanto a Assembleia, estão em falta com as suas responsabilidades. Sem querer fazer comparação, nenhum poder tem que ser radical, parcial e direcionado aos seus interesses pessoais, como foi Robespierre em relação a Danton. O resultado é que ele seguiu o mesmo caminho de Danton. Senhores deputados, nós não temos a guilhotina do Brasil, mas temos julgadores que tem sido muito mais severos do que os julgadores da Revolução Francesa: o povo. A esse povo que me dobro. A esse povo eu sei que eu posso contar com ele, porque ele sabe das injustiças que eu estou passando. Ele sabe do mal que eu sofri Ele sabe do meu empenho em provar minha inocência, e eu encerro com o pronunciamento de hoje. Eu digo: Aluisio, você vai continuar no cargo?

Ah, Eu ia me esquecendo: Vou levar ao Presidente Tribunal de Justiça do Maranhão, à Superintendência de Polícia Federal do Nosso Estado, ao Procurador da Republica, à Governadora do Maranhão, ao Ministro da Justiça, ao Congresso Nacional, o Diário da Assembleia que registrou esse meu pronunciamento com todas as provas da sua tentativa de me envolver nos crimes de agiotagem, grilagem e assassinato. Ah, vou mandar também para você investigar a si mesmo. Muito obrigado senhor Presidente.

O SENHOR PRESIDENTE DEPUTADO ARNALDO MELO – Deputado Raimundo Cutrim, a Casa Legislativa da qual V. Ex.ª é membro, vem acompanhando com preocupação este assunto, porque um dos seus membros tem sido citado. Digo a V. Ex.ª o que disse antes Deputado Raimundo Cutrim, estamos acompanhando passo a passo, a evolução deste processo. Aos colegas deputados, e aos que nos ouvem, a Assembleia Legislativa nunca recebeu nenhuma correspondência de qualquer Poder, seja do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Secretaria de Segurança, ou de qualquer Instituição, acerca deste assunto. Não recebemos na Mesa Diretora, nenhum requerimento de CPI. Portanto, como Presidente, eu não posso instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito sem que o Regimento e a Constituição determinem.

 O Conselho de Ética desta Casa, como diz a Constituição em um Estatuto, ele existe para avaliar conduta de deputados, àquele Conselho de Ética também nenhuma correspondência chegou. Senhor deputado Cutrim, para concluir, deputado líder do governo Cesar Pires, quero dizer a V. Ex.ª deputado Cutrim e a todos que estão a me ouvir, estamos acompanhando a evolução deste processo e a se confirmar, o que todos nós aqui acreditamos, que a sua inocência, esta Assembleia sob a minha presidência será implacável com todos aqueles que tentaram, de uma forma ou de outra, denegrir a sua imagem.


Aguardamos com ansiedade, sabemos o sofrimento de V. Ex.ª e de sua família, mas nós precisamos de subsídios concretos, porque a Justiça opera diante da letra da lei. V. Ex.ª pode confiar na Assembleia Legislativa, que V. Ex.ª é membro, eu sei do sofrimento da sua família é muito grande, a justiça tarda, mas chega. Partido Social Democrático. Bloco União Democrática. Bloco Parlamentar pelo Maranhão. Bloco Parlamentar de Oposição. PDT/PSDB. Partido Verde. Bloco Democrático. Não há orador inscrito, no Expediente Final. Encerro a presente Sessão.   OUÇAM O DISCURSO AQUI:

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